10 pilares que um líder do futuro deve ter

10 pilares que um líder do futuro deve ter

10 pilares que um líder do futuro deve ter: As pessoas são únicas e singulares no mundo, mas há um padrão observado entre os gestores que lideram organizações em crescimento consistente. Essas características evoluíram ao longo dos anos e, por isso, as chamamos de pilares do líder do futuro – concentrando-se no presente e no que deve perdurar no futuro.

Quando falo de líderes, não me refiro apenas a uma posição. Liderar significa crescer diariamente, adaptar-se e manter constantemente a sintonia e o engajamento com a equipe, algo que todos os profissionais, independentemente do cargo, podem realizar.

Portanto, todos têm a capacidade de serem líderes, e para isso, a reciprocidade emerge como a palavra-chave do momento. Devemos manter uma atitude recíproca em relação à equipe, à família e a todos ao nosso redor. Destaco que é a palavra-chave do momento porque nem sempre foi assim.

Você se recorda da figura do chefe antigo e do medo que as pessoas tinham dele?

Não faz muito tempo, os chefes ocupavam um andar inteiro da empresa, tinham salas, antessalas e até mesmo elevadores exclusivos. Quando adentravam o escritório, os funcionários se silenciavam e desviavam o olhar para as telas dos computadores. Era quase como lidar com uma entidade.

A transformação nos papéis e na postura, do que era considerado um chefe para o que é um novo líder, é significativa, especialmente por dois motivos: a origem e a atitude.

Durante décadas, os chefes provinham de famílias abastadas e tradicionais, assumindo cargos por meio de indicações.

Hoje em dia, líderes reconhecidos mundialmente surgem do nada, enfrentando grandes desafios e demonstrando resultados, como é o caso de figuras como Mark Zuckerberg ou Elon Musk. Essas são as características do líder do futuro.

Outra distinção entre os chefes antigos e os novos líderes é a proximidade com o público e com os funcionários, facilitada pela descentralização das mídias. Enquanto os chefes mantinham distância e faziam comunicados pontuais, os novos líderes utilizam as redes sociais para interagir frequentemente com o público, uma tendência que se espera que permaneça no líder do futuro.

Com a rápida transformação do mercado nas últimas duas décadas, a experiência passou a ter menos peso nos cargos mais elevados das empresas. Assim, ser CEO não é mais apenas uma questão do histórico e do que se construiu no passado, mas também de como se trabalha para construir o futuro.

Muitos executivos sêniores tiveram carreiras profissionais notáveis, mas, devido à falta de agilidade e adaptação às mudanças, não conseguiram manter o ritmo necessário para permanecerem como CEOs ou em cargos de alto escalão. Basicamente, cada vez mais, jovens assumem papéis de liderança, enquanto os mais experientes atuam como mentores para orientar esses líderes, que conduzem a execução e o ritmo dos negócios.

O líder do futuro

Liderança descentralizada

Os CEOs mais respeitados no mercado dedicam de 70 a 80% do seu tempo à criação e promoção de novas lideranças.

A agenda dos líderes que considero como exemplos destaca um investimento significativo em interações com pessoas: não só na identificação de talentos e na atração desses talentos para a empresa mas também na manutenção do alinhamento com eles. Essa ênfase em relacionamentos e desenvolvimento de talentos é uma característica que se espera que persista no líder do futuro.

Dessa perspectiva, todos nós nascemos para assumir o papel de líder. Não nos limitamos a ser líderes apenas no ambiente de trabalho; somos líderes em casa, no círculo de amigos e na comunidade.

1 – Ser um Líder Autêntico

Grandes transformações e momentos decisivos nas organizações não surgem dos processos ou manuais. Pois a coragem de tomar medidas diferentes do que foi feito historicamente requer autenticidade.

A autenticidade possibilita a audácia de ir além do que foi estabelecido pelos superiores, em prol do que se acredita ser a ação certa. Além disso não se trata de uma ação puramente subversiva ou motivada pelo ego, mas sim de uma iniciativa que rompe com o status quo da empresa, abrindo caminho para resultados excepcionais.

Gestores extraordinários arriscam mais do que a média, defendendo ideias pessoais para alcançar resultados diferenciados. Então esse traço deve ser valorizado no líder do futuro, onde o estímulo à inovação será ampliado. Similarmente, essa mentalidade se refletirá nas avaliações de desempenho dos executivos, reduzindo as penalidades para quem arrisca e tenta algo novo.

Em determinados momentos, é necessário agir fora do planejado e ser fiel às suas convicções, ao seu jeito e estilo. Além disso, agir com autenticidade promoverá o envolvimento e a confiança da equipe.

2 – Ser Acessível

Enquanto no passado havia medo de falar com o chefe, que muitas vezes ficava isolado em sua sala, os grandes líderes de hoje estão no grupo do Slack, no WhatsApp e em salas abertas com acesso a todos.

De acordo com isso, espera-se que o líder seja uma pessoa comum e acessível. A proximidade entre os membros da organização fortalece a coesão, que é fundamental para o desempenho. Com maior coesão, as pessoas se alinham mais e se envolvem mais, resultando em um aumento na produtividade da empresa.

Outro ponto crucial permitido por essa postura é que as ideias inovadoras muitas vezes surgem da base da estrutura hierárquica. A base da pirâmide geralmente está em contato direto com os clientes ou executando tarefas no chão de fábrica, conhecendo os problemas operacionais do dia a dia.

Um executivo que se mantém isolado em sua sala, sem estar integrado com a base, corre o risco de perder a perspectiva operacional devido a pontos cegos, algo que já levou muitas empresas grandes ao declínio.

Ser acessível pode ser mais importante do que ser o mais inteligente, especialmente porque o conhecimento hoje está na rede e é acessível a todos.

3 – Prática de Escuta Ativa

Alcançar alta performance está diretamente ligado à comunicação, e a essência da comunicação reside mais na habilidade de ouvir do que no que se fala.

O que significa praticar a escuta ativa?

O ato de ouvir mais é um exercício contínuo que requer prática. Salvo que não se trata apenas de escutar as palavras, mas de compreender toda a comunicação não verbal. Por isso, a governança desempenha um papel crucial, assegurando reuniões periódicas para garantir uma troca de informações estruturada.

Reuniões individuais semanais, por exemplo, não servem apenas para discutir questões de trabalho, mas também para abordar desenvolvimento pessoal, desafios, oferecer feedback e também receber feedback construtivo.

A implementação dessas atividades não é algo que ocorre naturalmente; requer disciplina. Com toda a certeza, embora novos compromissos possam surgir na agenda, manter uma conexão constante com cada membro da equipe e praticar a escuta de forma regular traz recompensas não apenas para você, mas para toda a equipe e a organização como um todo.

4 – Demonstrar Vulnerabilidade para Criar Empatia

Executivos que se distanciam ao se deparar com um problema sem solução tendem a adotar uma postura mais fria ou irritada, o que gera insegurança e falta de cumplicidade na equipe.

Ao expor vulnerabilidades, admitindo não ter todas as respostas e trazendo o debate para o grupo, é possível criar empatia e estabelecer conexões mais profundas. Essa conexão é fundamental para manter o engajamento da equipe e construir alinhamento e comprometimento com os objetivos, empoderando todos os membros.

Como dizia Lao Tse, um filósofo da China Antiga, “Para liderar pessoas, caminhe um passo atrás delas.” Essa abordagem reflete a importância de mostrar humildade e abertura para promover um ambiente de trabalho mais colaborativo e unido.

5 – Criar Impacto

Ao analisar líderes destacados no mercado, é evidente a mudança do antigo QI, que representava “Quem Indica”, como o caminho para a liderança, para o atual QI de “Qual Impacto você está gerando?”.

Como disse Donald MacGannon, executivo que liderou a expansão do rádio e da TV nos EUA, “Liderança é uma ação, não uma posição”. Liderar significa causar um impacto positivo contínuo na equipe, e essa atitude precisa ser praticada constantemente. Para ser um líder efetivo, é necessário agir sempre com iniciativas que impactem o grupo positivamente, destacando assim a importância de ter uma visão coletiva.

6 – Cultivar a Criatividade

A criatividade é a chave para alcançar resultados extraordinários, permitindo a realização de feitos inéditos. Para que a criatividade floresça, é crucial que as alavancas da autenticidade e ousadia estejam liberadas. Nesse sentido, é vital que o líder exercite essas qualidades, incentivando o restante da equipe.

Ampliando a análise para um nível mais abrangente, uma cultura que teme o erro pode ser prejudicial. Portanto, é fundamental encorajar o questionamento e a criação de alternativas inovadoras, escapando da rotina e proporcionando autonomia às equipes, evitando o microgerenciamento. Além disso, reavaliar sistemas punitivos para erros e buscar maneiras de minimizar seus efeitos inibidores nas equipes é essencial.

Afirmações como “mas sempre foi assim” têm o potencial de prejudicar seriamente a inovação e o progresso da empresa. Portanto, é crucial estar aberto a novas ideias e abordagens, incentivando um ambiente propício à criatividade.

7 – Ter Foco em Resultados

“Quando falo sobre ser criativo, não estou me referindo apenas a ter ideias inovadoras. É crucial trazer racionalidade para as operações e, com base em dados, ter uma visão clara do cenário.”

Portanto, é essencial ser dedicado aos números, apreciar métricas e analisá-las para obter insights valiosos. A habilidade de lidar com dados é uma característica essencial para os líderes contemporâneos, combinando criatividade com uma mentalidade orientada por números. Isso implica inovar não apenas na interpretação dos dados, mas também na escolha dos indicadores, construindo uma perspectiva analítica única que mescla racionalidade com uma abordagem questionadora. Essa postura é relevante para o futuro, pois a ênfase na mensuração continuará crescendo, associando essa característica ao perfil do líder do amanhã.

No final das contas, trata-se não apenas de tomar decisões baseadas em dados, mas de agir com base em uma intuição fundamentada e refinada pelos dados disponíveis.

8 – Praticar a Transparência

A transparência representa a fidelidade e honestidade em relação ao propósito, além de jogar limpo com a equipe e o ecossistema.

Durante a pandemia, destaquei repetidamente a importância de ser transparente de maneira direta com fornecedores, clientes e funcionários.

A vulnerabilidade, a empatia e outros princípios estão interligados à transparência, construindo confiança entre todas as partes envolvidas, inclusive com você. Nesse contexto, não se trata apenas de ser vulnerável, mas também de buscar a equidade, fornecendo feedbacks contínuos e realistas a todos ao seu redor.

Quando as entregas não atendem às expectativas, é crucial apontar de maneira clara o que pode ser aprimorado, garantindo que o receptor esteja alinhado com as expectativas.

Não há espaço para lacunas na comunicação; busque ser objetivo (não ríspido).

9 – Assumir o Controle

“Liderar é capacitar o protagonismo e não monopolizá-lo.”

A organização deve incentivar o desenvolvimento de liderança em todos os níveis. No Facebook, por exemplo, à medida que os profissionais avançam em suas carreiras, mais tempo e esforço são dedicados ao coaching e ao aprimoramento comportamental, focando em competências de liderança mencionadas neste artigo.

10 – Líder Colaborativo

Na crise do ano passado, a cultura de descentralização e digital teve um papel crucial na entrega das melhores soluções. Eu vi empresas com tecnologia de ponta que não obtiveram sucesso devido à falta de autonomia e colaboração entre suas equipes.

Uma abordagem centralizadora resultou em decisões presas em comitês e reuniões, onde os debates se prolongaram sem decisões conclusivas, gerando lentidão.

Ter autonomia e construir o futuro por meio de uma abordagem colaborativa é fundamental para a eficácia das organizações. Dessa forma, a equipe precisa ter mais voz, mais participação, mais integração e mais autonomia. Isso é um elemento claro do líder do futuro, em que descentralização significa rapidez. Agir com velocidade é uma vantagem que continuará sendo crucial em um mundo VUCA (Volátil, Incerto, Complexo e Ambíguo).

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